domingo, 18 de abril de 2010

O medo nosso de cada dia


"FREUD EXAMINOU ALGUNS MEDOS ESTUDANDO RITUAIS DE POVOS PRIMITIVOS E COMPARANDO-OS COM AS EXPRESSÕES DA NEUROSE OBSESSIVA"
Em inúmeras passagens da literatura e da vida, omedo é o personagem principal. Se tomarmos, por exemplo, O Alienista, de Machado de Assis, o medo perpassa toda a trama desse conto magistral.
Em Totem e Tabu(1913), Freud examinou algumas possiveis raízes de muitos medos humanos, estudando raízes de muitos medos humanos, estudando rituais de povos primitivos e comparando-os com as expressões da neurose obsessiva, encontrando na base de ambos a presença da ambivalência emocional e mostrando como desejos agressivos, muitas vezes homicidios, transformavam-se, a partir de repressão, em modos variados. Descrevendo tabus de vários povos, Freud ilustrou como é possível entender situações tão prevalentes até hoje, como a aversão aos mortos, aos fantasmas, aos demônios, ao sangue e à noite. Descreveu também um sistema de pensamento que seria próprio dos povos primitivos, o animismo, no qual se evidencia a crença imensa no poder dos próprios desejos e a presença da magia e da onipotência do pensamento.
Em outro momento de sua obra , Freud (1919) estudou, com a sua argúcia habitual, o fenômeno do estranho, que se relaciona com o que é assustador, com o que, provoca medo e horror. Embora traduzido como o estranho, ou o sinistro, o titulo em alemão é Das Unheimliche, ou seja, o não familiar. Lançando mão de várias fontes literárias, Freud conclui que o estranho, o temido, não é nada novo ou alheio, porém algo que é familiar e há muito estabelecimento na mente, e somente se alienou através do processo da repressão, ou seja, algo que deveria permanecer oculto, mas veio à luz.
Um tema muito caro a Freud, e que aparece em vários momentos de sua vida é a questão do desamparo humano. Em O Futuro de uma ilusão (1927), acompanhamos sua analise desse estado de desamparo que é fonte motriz da construção das idéias religiosas, por descartar a impotência humana face à natureza.
Nosoo primeiro desafio é justamente reconhecer a presença incômoda e diária do medo desde que acordamos até a hora de dormir, e ainda assim o sono nos serve de matéria para outra classe de medos.

Leiam mais sobre o assunto na Revista Psique ciência&vida.

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