domingo, 26 de setembro de 2010

As crianças entendem ironia?

Um novo estudo diz que a partir dos 4 anos, elas entendem, sim.Exemplos não faltam para perceber como nós usamos a ironia no dia a dia. Basta descobrir o valor exorbitante da bolsa que sua amiga comprou e lá vem o comentário: baratinha, não? Ou quando se depara com seu filho no meio de uma bagunça com aquela cara de ‘não fui eu’, logo diz: não, claro que não, você é um anjo!

A ironia dá aquele tom de sarcasmo à nossa linguagem e, muitas vezes, é difícil de entender. Além do aspecto cultural, precisams de uma certa bagagem, digamos assim, para compreender determinadas piadas. Mas, de acordo com um estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, publicado no Jornal Britânico de Psicologia e Desenvolvimento, crianças de 4 anos já são capazes de entender e usar a ironia. “Estudos anteriores haviam concluído que somente aos 8 anos, a criança seria capaz de entender o tom de sarcasmo. Mas eles foram feitos em laboratórios. Dessa vez, analisamos as crianças em suas casas, em um ambiente em que se sentem à vontade”, diz Stephanie Alexander, psicólogo e um dos autores da pesquisa.

Mas será que dá para generalizar? Para Ilan Brenman, escritor e doutor em educação, cada criança é diferente e a formação da sua personalidade é influenciada tanto pela genética quanto pelo ambiente em que ela vive. “O estudo canadense mostra que elas aprendem a ironia mais cedo. Faz sentido porque, hoje, elas recebem muitos mais estímulos. Mas, ainda assim, não dá para achar que todas as crianças de 4 anos vão entender esse conceito”, diz Ilan.

O melhor a fazer é oferecer um ambiente rico em estímulos para a criança. Mostrar variedade de músicas, instrumentos, filmes, cores, texturas, palavras, atividades, linguagens. Assim, ela vai aprender e ter bagagem para entender não só a ironia, mas todas as outras figuras de linguagem.

Fonte: CRESCER

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sinais de autismo podem aparecer em bebês com 1 mês de vida


Pesquisa foi realizada com prematuros que permaneceram em UTI e revela anormalidades precoces em crianças que mais tarde foram diagnosticadas com o distúrbio
Diagnosticar precocemente o autismo é tão fundamental para o tratamento e o desenvolvimento das crianças que tem sido o grande desafio da medicina desvendar quando os primeiros sinais podem surgir. Um novo estudo, publicado na edição de setembro da revista científica Pediatrics, revelou que com apenas 1 mês de vida isso já seria possível.

Cientistas do New York State Institute for Basic Research in Developmental Disabilities estudaram 28 bebês de uma UTI neonatal que mais tarde foram diagnosticados com autismo, comparando-os com 112 bebês sem o distúrbio de comportamento. O comportamento e desenvolvimento dos bebês foram avaliados com 1 mês, aos 4 meses e, periodicamente, até completarem 2 anos.

Um dos resultados revelou que, com apenas um mês, 40 % das crianças que foram diagnosticadas com autismo posteriormente apresentaram anormalidades na maneira como visualizavam objetos e mais da metade tinham flexibilidade ou rigidez demais nos braços.

Segundo Antonio Carlos de Farias, neuropediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR), embora os sinais de alerta para autismo possam surgir em crianças tão novas, isso não quer dizer que ela desenvolva o distúrbio no futuro. “O diagnóstico não é tão simples, e deve ser feito por um especialista, mas os pais devem estar atentos desde cedo com o comportamento dos bebês. Em especial aqueles que não oscilam reação de fome ou frio, ficam muito quietos no berço, demonstram uma fixação maior pelo objeto que pelas pessoas e não têm costume de olhar nos olhos”, diz.

O especialista alerta que esse estudo foi feito com bebês prematuros de UTI, e outras pesquisam devem ser feitas com crianças nascidas a termo e diagnosticadas com autismo mais tarde para verificar se as anormalidades precoces seriam similares em crianças não-prematuras também.

Fonte: CRESCER