segunda-feira, 26 de abril de 2010
Crianças hiperativas ficam mais atentas após esforço físico
Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) comprova que atividades físicas intensas trazem benefícios à saúde de crianças hiperativas.
A realização de exercícios físicos intensos como corrida, futebol e lutas marciais melhora o desempenho cognitivo das crianças com TDAH. É o que revelou uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “As atividades físicas intensas estimulam uma parte do cérebro que é menos desenvolvida em crianças com TDAH, e isso proporciona uma melhora significativa na capacidade de prestar atenção”, afirma José Artur Medina, pediatra especialista em medicina do esporte e autor da pesquisa.
Medina e sua equipe acompanharam 25 meninos com idades entre 7 e 15 anos, portadores do transtorno psiquiátrico. Para avaliar a capacidade cognitiva de cada um deles os pesquisadores realizaram exames individuais. Após os resultados dos testes eles foram submetidos a baterias de atividades físicas com diferentes intensidades. Na primeira etapa eles tiveram de alternar corridas intensas com breves períodos de descanso. Já na segunda fizeram uma sessão de alongamentos leve e rápida. Após o término das atividades físicas os garotos foram submetidos a testes psicológicos que avaliavam as alterações provocadas pelos exercícios em seu organismo.
O resultado surpreendeu os especialistas: as atividades que demandavam maior esforço físico ocasionaram uma melhora expressiva da capacidade cognitiva dos garotos. Esses avanços não se restringem apenas ao desenvolvimento cerebral, mas também moral das crianças. “Os pais devem incentivar seus filhos a praticar atividades coletivas, porque elas estimulam o desenvolvimento físico e psicológico ao mesmo tempo: as crianças se sentem inseridas em um grupo e têm sua autoestima elevada”, diz Medina.
Esse tipo de distúrbio é mais frequente entre crianças do sexo masculino, por isso a pesquisa é dedicada a eles. Esses meninos têm em comum a impulsividade, agitação e uma grande dificuldade em prestar atenção. “Não adianta pedir que ele fique quieto, nem ficar brava, ele não tem culpa. É o jeito dele”, afirma Maria*. Ela não faz parte da equipe de pesquisadores, mas entende como poucos sobre o assunto. Ela é mãe de João*, que foi diagnosticado como hiperativo aos 3 anos de idade. Hoje, aos 4, ele conta com o apoio e a compreensão da mãe que sabe que a paciência é um bom remédio. "Ele precisa de alguém que o guie, só isso. Nem pensar em gritar, falar rápido ou dar muitas informações. Chegar perto, olhar nos olhos e dar um comando é a melhor e única solução.”
* os nomes foram trocados a pedido do personagem
Fonte: Revista Crescer
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