domingo, 11 de abril de 2010

Durante os primeiros anos de vida dos gêmeos um é o espelho do outro

da Folha Online

Os pais de filhos gêmeos sabem bem o trabalho que dá criá-los. Mas para quem está descobrindo esta aventura agora, o livro "Filhos Gêmeos" (Publifolha, 2009) pode ajudar. Escrito por 53 especialistas ligados ao Departamento Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, o livro aborda de maneira clara e objetiva, todas as etapas da criação dos gêmeos -- desde os cuidados durante a gestação e os primeiros dias de vida até o crescimento, o ingresso na escola e a vida social.

São médicos, pediatras, obstetras e outros especialistas que, em linguagem clara e objetiva, trazem orientações para que os pais possam conhecer e entender todos os cuidados essenciais na gravidez e criação de gemelares, de forma que eles cresçam saudáveis e felizes. Leia um trecho do livro abaixo.

Da gestação ao crescimento, livro mostra os cuidados com os gêmeos

Como ajudar os pais na educação de gêmeos

Passada a euforia daquele resultado do exame constatando que a gravidez é de gêmeos, a vida do casal com certeza começa a mudar, e o sonho de gerar um filho tem implicações duplicadas (ou triplicadas).

No início é bom se organizar, usar uma agenda para anotar as impressões sobre cada uma das crianças, tempo de mamadas, tempo de sono, evacuações e aspectos individuais que possam facilitar a identificar como casa uma das crianças funciona.

Educar talvez seja a tarefa mais difícil para os pais e pode ser multiplicada em caso de múltiplos, para lidar com as próprias emoções e respeitar as individualidades, sensibilidades, aptidões e comportamentos. Estabelecer regras e limites é fundamental, são muitas tentativas com erros e acertos. Mas não se deve desistir nem subestimar a capacidade que temos no processo de formação de nossos filhos. As crianças aprendem o que vivem, e se conseguirmos transmitir aos filhos educação, afetividade, amizade, perseverança, justiça e respeito, o mundo em que crescerão será melhor e eles com certeza serão bons cidadãos.

É importante que as crianças mantenham a sua individualidade, necessidades e personalidade sem ferir a relação "simbiótica" ou romper os laços que existem entre os gêmeos. Eles não são uma unidade, não é a separação física que os personaliza, mas a constante relação individual com cada um deles.

As atitudes dos pais que contribuem para que esses irmãos se tornem adultos independentes, devem passar pelo bom-senso, paciência, amor e uma boa dose de tolerância. Repreender, ser enérgico quando preciso, estimular o raciocínio até o final, são as ferramentas que estimulam o desenvolvimento emocional das crianças.

Algumas ações são importantes, como identificar cada uma das crianças chamando-as pelo nome, resistir à vontade de vesti-las da mesma forma, identificar objetos pessoais (roupas e brinquedos) e guardá-los em locais diferentes, para que cada criança saiba o que é dela e o que é do outro. Durante os dois primeiros anos de vida as crianças convivem intensamente entre si e uma é o modelo para a outra, funcionam como espelho, mas aos poucos vão descobrindo suas diferenças, gostos, habilidades e aptidões.

Como a família lida com os gêmeos

Os familiares podem oferecer aos pais algumas soluções e respostas que certamente foram usadas com sucesso no processo de educação de seus filhos. Famílias precisam de famílias, e é cada vez maior a necessidade de recorrer a parentes, avós, tios, e familiares próximos para dividir a responsabilidade de cuidar das crianças, principalmente pela confiança e apoio que eles oferecem. Os familiares são referência, têm a condição de transferir as tradições socioculturais, hábitos alimentares, possuem memória do passado e, por meio da recordação de situações realmente vividas, podem contribuir muito para unir a família e valorizar a verdadeira história de seus antepassados.

Os avós costumam ser mais atenciosos e tolerantes, e em geral têm muito mais disponibilidade para ouvir os filhos sobre suas inseguranças e os netos sobre suas insatisfações - e, assim, servir de mediadores de possíveis conflitos, proporcionando as bases para um relacionamento mais saudável.

Transformar simples encontros em festa, fazendo com que as crianças se sintam especiais, sair com elas, levar pequenos mimos, fazer lanches, almoços e jantares em datas determinadas, pode fazer com que "aquela quinta-feira do macarrão na casa da vovó" seja sempre lembrada - é uma forma de reunir a família em uma verdadeira integração.

Quando em reunião de família, os avós devem respeitar os pais e suas atitudes disciplinadoras. As visitas curtas e frequentes são as mais aceitáveis do que as longas, e quando os avós não podem estar por perto, devem manter contato por telefone, e-mail, cartas, cartões e fotos.

Os avós devem incentivar quando os pais estão sendo bons e repreender se sentirem que alguma coisa está errada. Talvez as maiores contribuições dos avós para ajudar na criação de seus netos sejam força, carinho e amor.

Um comentário:

  1. Boa tarde, meu nome é Renata e sou mãe de dois meninos lindos univitelinos o Lourenço e o Francisco.
    Eles são idênticos embora para nós (pais e avós) não pareça como as pessoas acham... Não coloco roupas iguais pois nunca gostei disso, eles são bem amigos enfim... Como eu disse eles são idênticos mas a personalidade é bem diferente... O que está me deixando louca no momento é que o Lourenço quer tudo o que é do irmão... ele não gosta dos presentes dele, logo quer ver o do irmão e faz de tudo pra ficar com o mesmo... E como o Francisco tem o gênio mais tranquilo ele acaba cedendo mesmo as vezes contra sua vontade... eu brigo com ele converso mas não sei mais como agir... tem alguma dica ???

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