sexta-feira, 16 de abril de 2010

Manias do transtorno bipolar do humor


O transtorno bipolar não é novo. Ele vem sendo identificado há muito tempo, em diversas épocas às vezes com distintas denominações. Tanto na fase de mania quanto na de depressão, o seu diagnóstico pode ser confundido com o de outras doenças

O trantorno bipolar do humor é uma doença crônica e recorrente, associada a altos custos econômicos e sociais, incluindo perda de produtividade, piora de qualidade de vida e suicídio. Anteriormente, o transtorno bipolar era considerado como doença de bom prognóstico, com boa recuperação entre os episódios. No entanto, cada vez mais tem sido observado que esses indivíduos sofrem de disfunções social, marital, ocupacional e cognitiva, mesmo quando se encontram, supostamente, recuperados.

Esta patologia usualmente se inicia entre os 20 e 30 anos de idade, mas cada vez mais se reconhecem casos em adolescentes e crianças, situação na qual o diagnóstico pode não ser fácil para o psiquiatra especialista na infância e adolescência. A doença pode começar por um episódio de depressão ou de mania. Na mulher, o sintoma inicial mais comum é um episódio de depressão; já os homens iniciam a doença, em geral, com episódio de mania.

DIAGNÓSTICO DIFÍCIL

No transtorno bipolar tipo II, ocorrem episódios depressivos e hipomaníacos, em geral de duração mais curta e menos frequentes do que as fases depressivas. Muitas vezes, o diagnóstico é difícil, podendo demorar cerca de 13 anos. A hipomania assemelha-se à mania, contudo é um quadro com menor intensidade sintomatológica. Muitos indivíduos com transtorno bipolar tipo II passam anos com um tratamento inadequado, utilizando antidepressivos (o que piora o curso da doença), ao invés de estabilizadores do humor.

Na hipomania, ocorrem hiper-reatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, libido/sexo, e impaciência. Por definição, a hipomania não se apresenta com sintomas psicóticos, não requer hospitalização e o prejuízo ao paciente não é tão grande quanto na mania.

A demora no diagnóstico do transtorno bipolar pode se dever a dificuldades de identificação dos episódios hipomaníacos (esse episódios podem ser tão breves com duração de 4 dias, por exemplo). O paciente, assim como seus familiares e amigos, podem considerar esses períodos de “maior extroversão” como normais e até desejáveis. Contudo, o não tratamento desses indivíduos pode, com o tempo, levar a prejuízos emocionais, morais e materiais para eles próprios e seus familiares.


A mania, por ser uma condição mais grave do que a hipomania, requer tratamento vigoroso, que deve ser realizado em local seguro, no qual o paciente não tenha estímulos excessivos. O objetivo principal, aqui, é o da resolução dos sintomas da forma mais rápida e segura possível. Os antipsicóticos podem acelerar a respostcelera respo a terapêutica na mania, quando associados a um estabilizador de humor. O uso de antipsicóticos atípicos (ou antipsicóticos de nova geração) tem sido, em geral, preferido.

Importância especial deve se dar ao reconhecimento dos estados mistos. Episódios mistos são encontrados em 30% a 40% dos indivíduos com transtorno bipolar. Os indivíduos em estado misto apresentam-se com maiores níveis de ansiedade, taxas aumentadas de psicose e suicídio e pior prognóstico.

O que é preciso saber
Um livro para qualquer pessoa que precisa se aprofundar sobre o assunto transtorno bipolar, escrito em uma linguagem mais acessível, não rebuscada por termos acadêmicos, dividido e organizado de modo a facilitar a vida do leitor para encontrar o que deseja. A obra Transtorno Bipolar – O que é preciso saber (editora M. Books) traz relatos como exemplos, ensina a reconhecer os primeiros sinais de mania ou depressão (as variáveis dentro da bipolaridade), orienta sobre contatar o médico para encontrar a medicação e a terapia adequada, entre outras necessidades vitais. Em suas mais de duzentas e cinquenta páginas, o livro mostra como distinguir os primeiros sinais de oscilação do humor bipolar, dos altos e baixos, as medicações disponíveis e quais são seus efeitos colaterais, o que fazer quando se sentir em estado de depressão – ou mania -, entre outras informações para quem viva com a patologia ou conhece alguém que apresente esse quadro.

Maiores informações no site: Psique ciencia e vida

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