domingo, 30 de maio de 2010

Quando o professor se transforma em ídolo das crianças


Seu filho fala dele com carinho e admiração e vive querendo lhe dar presentinhos. Essa adoração pelo professor ou professora chega a deixar muitas mães enciumadas, mas é esperada nessa idade e muito produtiva. “O aluno enxerga o professor como um ídolo, a pessoa que satisfaz sua necessidade e sede de conhecimento”, diz a psicopedagoga Neide Noffs, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Identificação

Esse encantamento é reflexo de um comportamento natural no processo de desenvolvimento. “A criança identifica-se com pessoas com as quais convive e que têm para ela um significado especial. Passa, então, a imitá-las. Assim ocorre a passagem do conhecimento de um indivíduo para o outro”, observa Maria Luiza Teixeira, professora de psicologia do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).


Ness fase, a criança exercita o pensamento lógico, faz ligação entre uma idéia e outra e já tem maior noção da realidade. É quando ela desata a querer saber o porquê de tudo. Em casa, nem sempre os pais têm tempo, paciência e mesmo conhecimento para chegar até o último “por quê?” do filho com uma resposta na ponta da língua.

Felizmente para o pequeno curioso existe o professor, que foi preparado e dispõe de instrumentos para auxiliá-lo a mergulhar com toda a vontade nesse sedutor mundo de novas coisas a descobrir e conhecer. “Ele se apaixona por aquele professor que sabe se mostrar disponível e atento para suas exigências”, diz Neide. Portanto, se seu filho está encantado com o mestre, festeje: é sinal de que ele está muito estimulado a aprender.

Sem ciúme

E você não precisa ficar enciumada. “A identificação é um processo amplo. Há lugar para os pais, os professores, os ídolos, os amigos e muitas outras pessoas que conviverão com a criança por sua vida afora”, diz Maria Luiza. Os pais são as primeiras figuras significativas para a criança e sempre serão uma referência, mesmo que, em alguns momentos, tenham a impressão de que foram substituídos.

Hora da separação

O primeiro professor a gente nunca esquece. Mas progredir na escola implica trocá-lo por outros mestres. Esse momento pode ser de muita tristeza para a criança, pois, daqui em diante, o aprendizado escolar não estará mais centrado na ligação afetiva com uma só pessoa. “Os pais devem assegurar à criança que ela irá encontrar outros professores tão legais quanto esse”, diz a psicóloga Maria Luiza Teixeira. Desta forma, ela se sentirá segura para se identificar com outras figuras igualmente importantes no seu processo de desenvolvimento.

Fonte: CRESCER

Um comentário:

  1. Para mim esse documentário é de grande importância no que diz respeito a forma que os professores lecionavam de uma forma tradicionalista a uns quarenta anos atrás ao qual colocava a arte de ensinar mecanismos muitas das vezes rígidos trazendo um impacto de respeito ao lecionador como autoridade no exercício da profissão. Hoje esse direcionamento esta voltado a arte de lecionar, aprendendo e da visão do aluno também como objeto de estudo perante todos os acontecimentos e transformações a sua volta, respeitando as dificuldades, razões, incentivando e motivando para que esse conhecimento adquirido não se esvaia com o tempo

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