Equipe Editorial Bibliomed
O sono se relaciona diretamente com o processo de memória. No entanto descrever como é sua participação é um procedimento complicado, já que tanto o sono quanto o aprendizado consistem em processos qualitativos de diferentes estágios, cada um envolvendo processos bioquímicos separados e localizações neurológicas diferentes.
Por exemplo, a memória é dividida em 2 tipos, declarada e não declarada (esta com inúmeros subtipos), cada uma das quais envolvendo vários estágios (estabilização, aumento, etc). Finalmente, determinar em que momento o aprendizado ocorreu, depende da graduação escolhida. A conclusão dessa complexidade faz com que os diversos autores tenham opiniões diferentes.
Como se subdivide o sono humano?
Através da análise do eletroencefalograma (EEG), podemos dividir o sono em 2 fases distintas: a fase de ondas lentas ou slow-wave sleep (SWS) e a fase rapid-eye--movement (REM). A fase SWS pode ainda ser subdividida em Fases 1, 2, 3 e 4(1). É nesta fase que ocorre a maioria dos sonhos. Em cada noite de sono, há uma alternância (em média) cada 90 minutos entre as fases SWS e REM(1), mas na segunda parte da noite predomina a fase REM(9).
Como o sono interfere com a memória?
Experiências com ratos mostraram que qualquer alteração que ocorra no tipo de sono pode interferir no processo de memória. Uma hipótese atual demonstra que a fase de ondas lentas (SWS), está envolvida no processo de limpeza da memória antiga, que não está em uso, enquanto que o sono REM (fase rapid-eye—movement), se relaciona ao processo de retenção de novos conhecimentos.
Algumas controvérsias existem com relação ao sono e o sistema de memorização e aprendizado. Os conceitos existentes, relacionados a sono REM foram especificamente modificados, após o caso de um paciente israelita, que teve seu sono REM abolido, após uma lesão cerebral. Nos 35 anos seguintes este homem prosperou surpreendentemente como advogado, pintor e "inventor" de palavras cruzadas. Amigos o descreviam como uma pessoa completamente normal. Desafortunadamente outros casos como este não foram descritos ou acompanhados pela literatura, para uma melhor descrição dos casos de pacientes com alteração do sono REM.
O aprendizado de ações que envolvem técnicas aumenta tanto em acurácia, quanto em velocidade, após o sono, embora uma "intensificação" do sono não suprima a necessidade da intensificação da pratica para o domínio da técnica.
Conclusão:
Até o presente, é prudente concluir, que todos os tipos de sono se relacionam à consolidação da memória e não existe a necessidade especifica de um tipo de sono para sua consolidação. Para finalizar, descobriu-se também que existem alguns tipos de memória que não são potencializadas pelo sono. Porém, no entanto, não existe, como foi descrito anteriormente, uma dissociação entre memória e sono, ambos estão interligados.
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