É a dificuldade para expressar e descrever sentimentos, bem como a dificuldade para diferenciar com precisão as sensações corporais.
O conceito de Alexitimia é mais bem conhecido hoje do que era há um quarto de século. Trata-se de uma marcante dificuldade para a expressão apropriada da língua, para descrever os sentimentos próprios e para relatar as sensações corporais, uma impressionante habilidade para fantasiar e uma maneira prática e utilitária de pensar (pensamento operante).
O conceito de Alexitimia foi formulado em conseqüência das observações clínicas em Paris e Boston nos anos 1960, sobre uma condição que resultava em certo deficit em pacientes que sofriam de alguma condição psicossomática. Alexitimia, é hoje um termo que diz respeito à marcante dificuldade para usar a comunicação verbal apropriada para expressar e descrever sentimentos, bem como das sensações corporais.
Alexitimia na política e no crime
Existem muitos relatos na Psiquiatria forense, sobre alguns criminosos condenados a longos anos de prisão, à prisão perpétua ou mesmo à morte, que não eram capazes de demostrar nenhuma reação emocional, mesmo quando suas sentenças eram proferidas pelo juíz.
Sifneos cita o relatório sobre um assassino em série que, condenado à morte, não mostrou nenhum sentimento. Também não demonstrou sentimentos enquando eram descritos seus crimes hediondos durante o julgamento. O criminoiso pareceu ser totalmente apático em termos emocionais. Nenhum músculo moveu-se, sua expressão facial era uma tela em branco. Um amigo dele teria descrito-o como um cérebro ambulante. Começou a beber e usar a cocaína quando tinha 13 anos, costumava dizer que preferia matar alguém, ainda que apenas para o divertimento, do que morrer ele próprio. E ria quando falava isso. O crime para ele era como sair de férias ou escalar uma montanha.
Depois das observações iniciais das características clínicas originais para a Alexitimia, mais duas foram acrescidas em 1972 e em 1976, em Londres e em Heidelberg respectivamente. A conferência de Londres afirmava uma hipótese de provável etiologia biológica para a Alexitimia, enquanto a conferência de Heidelberg classificou-a juntamente com os transtornos psicossomáticos.
Durante os 20 anos seguintes, um grande número de estudos clínicos constataram a presença de características alexitímica em porcentagens variadas nos pacientes que sofriam distúrbios clínicos e psiquiátricos diferentes, tais como, no abuso de substâncias, na dor psicogênica, nos transtornos alimentares, nas depressões típicas ou mascaradas, nos ataques do pânico, nos transtornos somatoformes, na personalidade borderline e transtornos sociopáticos da personalidade, bem como em indivíduos normais.
Alexitimia, resumindo, é uma marcante dificuldade para o uso apropriado da linguagem para expressar e descrever sentimentos, bem como a dificuldade para diferenciar com precisão as sensações corporais e uma impressionante capacidade para fantasias.
Causa
A causa da Alexitimia tem preocupado diversos investigadores por muito tempo. Krystal e Freyberger atribuíram estes defeitos à predisposição psicológica. Nemiah e Sifneos, por outro lado, sugeriram defeitos biológicos estruturais como sendo a causa subjacente primária das características alexitímica. Mais recentemente, um grande número de pesquisas neurobiológicas tem retratado muito bem a anatomia e a fisiologia das estruturas cerebrais responsáveis pela postura emocional da pessoa, apesar da complexidade e às vezes dos resultados inconclusivos.
Terapias
Concorda-se, geralmente, que para os indivíduos incapazes verbalizar e diferenciar suas emoções de suas sensações corporais, com um queda para fantasiar, juntamente com uma maneira utilitária de pensar, as psicoterapias dinâmicas são totalmente ineficazes, às vezes até prejudiciais aos pacientes com esse diagnósticos.
Por outro lado, as terapias de suporte, individuais e/ou em grupo, juntamente com medicação psicotrópica parecem oferecer melhores resultados. Uma terapia modificada do psychoeducational foi usada por Krystal e deve também ser considerada. Com as características alexitímicas já mencionadas, foram encontrados portadores desse transtorno não somente nos pacientes que sofrem de uma variedade de doenças emocionais, mas também entre aqueles com personalidades sociopática ou do tipo borderline.
Fonte: psiqweb
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