O ser humano, apesar dos milhares de anos aprendendo a se adaptar à natureza, sobrevivendo às intempéries, aos terremotos, aos animais ferozes, às epidemias e à toda sorte de dificuldades e perigos que o mundo e a vida impõem, continua hoje sofrendo e sendo vítima daquilo que sempre lhe pareceu o menor dos perigos: seu semelhante e ele mesmo.
É muito difícil tratar da importante questão de nosso relacionamento com os outros, principalmente quando esse outro é nosso cônjuge.
Durante toda a vida podemos experimentar algum sofrimento, mágoa ou desencanto com nosso próximo e, não obstante, este sofrimento, mágoa e desencanto serão tão maiores quanto mais desconhecemos nosso próximo. Aliás, conhecer nosso próximo só será possível na medida em que conhecemos a nós mesmos.
Uma das maiores dificuldade de convivência entre as pessoas se baseia no fato do ser humano se apresentar um ser social por natureza e, simultaneamente, também um ser egocêntrico.
Por sermos sociais, somos incapazes de viver sozinhos no mundo e, por sermos egocêntricos somos, ao mesmo tempo, incapazes de conceder aos nossos semelhantes as mesmas regalias que nos concedemos. Portanto, sozinhos não conseguimos viver e, paradoxalmente, com os outros também nos parece difícil.
Para compensar essa peça que a natureza nos pregou, fomos dotados de um atributo muito especial: somos capazes de mudar.
Trata-se do livre arbítrio ou seja, da capacidade de mudanças, de procurar um amanhã melhor que o hoje. Normalmente nossa evolução acontece através de mudanças em posturas e em atitudes diante dos semelhantes e da vida.
Quando sofremos alguma mágoa ou frustração produzida por outra pessoa, incluindo aqui nosso cônjuge, a possibilidade que deve ser cogitada é se não seria melhor pleitear uma mudança em nossa própria postura, no sentido de não nos magoarmos com facilidade, nem nos frustrarmos por qualquer coisa, do que tentar fazer da mudança no outro nosso modelo de ideal.
Sentindo magoados, aborrecidos, irritados e frustrados, independente de ter sido ou não a intenção do outro, a culpa maior será de nossa sensibilidade e não do outro. Nessas situações os sentimentos de humilhação que experimentamos refletem nosso orgulho ofendido.
Outras vezes nos sentimos frustrados porque o outro não satisfaz nossas expectativas. Ora essas expectativas são nossas, construídas por nós, portanto, de nossa autoria. Isso quer dizer que somos responsáveis por nossos sentimentos mas, sobre sentimentos dos outros não temos nenhum acesso.
Em segundo lugar, mesmo sendo intenção do outro nos magoar, humilhar, frustrar ou irritar, nos momentos de conflito, se estivermos muito bem conosco mesmo, jamais nos deixaremos abater por tais sentimentos.
Fonte psiqweb
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