BALLONE,Geraldo J.
Um tipo de comportamento infantil, quiçá algum traço marcante de personalidade (que deve ser corrigido), tem se mostrado mais vulnerável aos severos problemas de conduta no futuro. Trata-se do tipo "menino reizinho" ou "menina rainha". É uma atitude existencial infantil bastante problemática, que não existiria sem a colaboração expressa dos pais, avós, tios, enfim, da platéia de servos que rodeia a criança.
É fácil identificar esse tipo de criança. Ela não aceita nenhum limite, impõe sempre sua vontade e questiona veementemente a autoridade. Em casa, na escola e mesmo com seus amiguinhos e familiares, a criança-rei mantém relações interpessoais conflitivas. Impõe suas exigências e utiliza teatralmente os demais para obter seus desejos. Ao lado da habitual simpatia, necessária para que sua maneira de lidar com os outros seja eficiente, são sempre muito egocêntricos e não demonstram nenhum respeito para com os sentimentos e direitos das outras pessoas. Esse traço pode vir a ser um severo problema de conduta no futuro.
Há, entretanto, uma diferença entre a criança-rei e a criança simplesmente mimada. Esta, costuma ser uma criança privilegiada, tanto no plano material como na esfera afetiva, mas se comporta dentro dos limites estabelecidos para a vida gregária harmônica, enquanto a criança-rei impõe sua vontade por quaisquer meios; chantagem emocional, gritos e berros, birra, desobediência simples, mentiras, etc.
Um dos grandes obstáculos à melhora dessas crianças costuma ser a opinião de alguns familiares, normalmente avós, que consideram essa postura arrogante e egocêntrica como se tratasse de mérito ou qualidade desejáveis da personalidade (personalidade forte, como costumam dizer). Na realidade esse raciocínio é, muitas vezes, uma defesa contra o sentimento de impotência desses familiares diante do problema.
Ao contrário do que podem pensar as pessoas que convivem com as crianças que tiranizam todos à sua volta, elas não são, obrigatoriamente, felizes. Talvez serão menos felizes ainda no futuro, quando a realidade da vida impuser limites reais às suas condutas. Portanto, para boa saúde mental e boa capacidade de adaptação à vida em geral, é imprescindível definir limites nítidos, precisos e, sobretudo, sensatos sobre o que a criança (e pessoas em geral) pode e o que não pode. E essa tarefa deve começar o mais precocemente possível.
Uma das importantes funções do estabelecimento de limites é para a criança conhecer a frustração e se adaptar à realidade, mas essa tarefa só será possível quando os pais conhecerem a diferença entre "frustração" e "sofrimento". Tal distinção também será necessária para que se ensine à criança as noções de direitos e deveres, principalmente dos deveres. Ensinar a frustração significa ensinar a participar da vida cotidiana, a conviver com as outras pessoas e a superar os conflitos que, inexoravelmente, existirão durante toda a vida.
Fonte: PsiqWeb.med
A minha Eduarda tem muito disso, tenho que podá-la o quanto antes.
ResponderExcluirMuito bom o conteudo, preciso e facil de entender.
Marcia poderia me dizer quando se forma a personalidade de uma criança que pode transforma-la em "reizinho"? Tenho lido diversas coisas e muitas delas não tem fundamento algum, são apenas opiniões infundadas ou copias melhoradas.
ResponderExcluirAcredito que personalidade nada tem haver com comportamento.
Pergunto isso pois minha esposa, amante de blogs e textos esparsos, fica criando teorias sobre a criação de nosso filho de 2 anos e 9 meses.
Concordo com ela no sentido de que ele tem dificuldades em lidar com frustrações (não jogar videogame por exemplo) e como ele não racionaliza direito (pois tem 2 anos e 9 meses) as vezes fica agressivo no impulso imediato.
Drª to necessitando de sua ajuda, tenho que apresentar um evento (debate) em minha igreja de três dias e irei falar sobre comportamento infantil para os pais, aqui onde fica a igreja te ocorrido muitos mal tratos infantil pelos pais,gostaria de abordar os seguintes temas;
ResponderExcluir1 – comportamento infantil influenciado pelas atitudes influenciado pelo Pais.
2 – comportamento infantil influenciado por outrem.
3 – conduta infantil
4 – como tratar um comportamento agressivo infantil
5 – causas do comportamento agressivo infantil
6 – como mudar um comportamento infantil
7 – como lidar com o comportamento agressivo infantil
8 - Tipos de comportamentos infantil
se a Senhora tiver videos mande pelo meu email, e também mais sugestões também.
ResponderExcluirótima publicação!
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